O número de lares em que as mulheres tomam as principais decisões saltou de 14,1 milhões, em 2001, para 28,9 milhões, em 2015
Na semana em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, mais um dado envolvendo o papel da mulher na sociedade chamou a atenção: o número de famílias chefiadas por mulheres mais que dobrou em 15 anos.
De acordo com um estudo elaborado pela Escola Nacional de Seguros, o contingente de lares em que as mulheres tomam as principais decisões saltou de 14,1 milhões, em 2001, para 28,9 milhões, em 2015. Os dados são baseados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.
O conceito de chefia usado é o que o instituto oficial chama de pessoa de referência: o integrante da família considerado responsável por aquela casa.
Segundo os pesquisadores, os dados indicam melhora nas relações de gênero, embora ainda existam desafios importantes a serem vencidos, como uma divisão mais justa dos afazeres domésticos, um importante fator para garantir igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, por exemplo.
No passado, o índice de lares comandados por mulheres crescia mais influenciado pelo avanço de famílias de uma pessoa só, com ou sem filhos. Esse cenário muitas vezes era ligado à vulnerabilidade social: a mulher que foi abandonada pelo marido, muitas vezes com filhos.
Embora a maior parte das chefes de família sejam aquelas que vivem sozinhas com seus filhos (11,6 milhões), a principal novidade do estudo foi o aumento expressivo do comando feminino em famílias onde há um cônjuge.
Entre os casais com filhos, o número de mulheres chefes passou de 1 milhão, em 2001, para 6,8 milhões, em 2015, alta de 551%. Já no caso dos casais sem filhos, o crescimento foi ainda maior, de 339 mil para 3,1 milhões, salto de 822%.
O estudo foi notícia também no telejornal Bom Dia Brasil deste dia 6. Assista aqui.